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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Kawa Z1000SX, uma poderosa sport-touring


Andamos no lançamento da marca verde, uma moto confortável e polivalente


Transformar uma tradicional naked em uma eficiente sport-touring não é nenhuma novidade no segmento — a Suzuki já fez isso com a GSX-F 1250 —, contudo, desta vez, a Kawasaki foi muito além do trivial e o resultado é que a moto que você vê nestas páginas diferencia-se das outras “Z” muito mais do que a estética pode nos fazer imaginar. É verdade que a protagonista desta apresentação compartilha o chassi e parte da ciclística com a Z 1000, contudo, ao ganhar uma bela carenagem integral, um novo tanque de combustível, novas rodas e um painel de instrumentos inédito, entre outros detalhes, podemos dizer que se trata de uma moto muito diferente.

Mas não se engane porque, apesar de a carenagem — com formas que lembram muito as esportivas da marca — sugerir um comportamento agressivo, basta colocar as mãos no alto guidão para que entendamos a verdadeira vocação desta nova Kawasaki: o moto-turismo. Definitivamente, um modelo feito para desfrutar cada quilômetro de estrada com uma dose elevada de conforto. E então, se interessou pela nova SX?

Durante a apresentação mundial desta inédita Kawa, tivemos a oportunidade de passar dois dias percorrendo boa parte das estradas da Serrania de Ronda, belíssima região montanhosa da Andaluzia, na Espanha... e voltamos plenamente convencidos das qualidades desta nova SX. Logo no primeiro contato, nos deparamos com uma moto de aparência bastante agradável. A carenagem possui um acabamento muito bom e, diferente de alguns modelos que vemos por aí, é perfeitamente proporcional ao resto da moto.

O painel de instrumentos é nitidamente inspirado no da supersport ZX-6R, e inclui um conta-giros analógico com um display digital sobreposto, no qual o piloto encontra velocímetro, hodômetro, nível do tanque de combustível e relógio. O útil indicador informando qual marcha está engatada, infelizmente, ficou de fora. Apesar de ter passado dos 15 litros da Z 1000 para 19 litros nesta versão, o tanque de combustível proporciona um bom encaixe para as pernas e, apesar de suas grandes dimensões, não incomoda. O banco, a apenas 822 mm do chão, ganhou 1 cm na espessura e proporcionou um bom nível de conforto para o piloto, mas mesmo ganhando borrachas internas de amortecimento e 10 mm extra na largura, não se mostrou muito benevolente com o garupa. Pelo menos agora o passageiro conta com generosas alças de alumínio.

Rapidamente descobrimos as vantagens do guidão elevado em relação aos baixos semiguidões esportivos. Idêntico em altura, largura e posição ao da Z 1000, só que 1 cm mais próximo ao condutor, pilotar esta moto é sempre uma delícia, nunca uma tortura. A bolha dianteira, que pode ser manualmente ajustada em três posições, funciona exemplarmente. Se a deixarmos na posição mais baixa, abrimos mão da proteção aerodinâmica em troca de um visual mais agressivo, mas basta posicioná-la na regulagem mais alta para conseguir tudo de que precisamos em uma moto com esta característica estradeira. Além disso, a Kawasaki também preparou uma completa linha de acessórios para ressaltar a aptidão touring desta 1000 cm³. Ainda nos detalhes que incrementam o conforto da SX, destaque também para as pedaleiras de piloto e garupa emborrachadas e com fixações e contrapesos desenvolvidos para evitar ao máximo as vibrações.

No que se refere à ciclística, boa parte dos equipamentos são aqueles que já conhecemos da naked. Apesar de as rodas serem novas, o sistema de freios é o mesmo da Z 1000, ou seja, há dois discos de 300 mm na frente e um de
250 mm atrás. O ABS — sem distribuição de frenagem entre os eixos e que agrega apenas 3 kg à moto — será um opcional. As suspensões também são aquelas que encontramos na versão naked: bengalas invertidas de 41 mm na dianteira e monoamortecedor progressivo na traseira, ambos reguláveis em 3 vias. O motor, que já conhecemos, entrega 138 cv a
9 600 rpm e um torque de 11 kgfm a 7 800 rpm, o que garante um comportamento contundente mas, ao mesmo tempo, sempre previsível e sem arroubos de agressividade excessiva.

Para favorecer ainda mais seu caráter sport-touring, a relação de marchas foi levemente alongada, o que resultou em acelerações menos radicais que na Z 1000 naked mas igualmente fortes. Bastante discreto em baixas rotações, quando atinge 5 000 rpm o propulsor Kawasaki começa a ganhar força até atingir 7 000 rpm, momento em que passa a despejar sem dó toda a potência que desejamos na roda traseira. Como não possui uma direção muito fechada e também não há muito peso concentrado na frente da moto, as reações ao guidão não são ultrarrápidas, ou seja, não espere que a SX deite nas curvas como aquelas ágeis motos que parecem preferir andar deitadas a andar em pé: quando esta Kawa inclina é porque nós fizemos certa força para levá-la a tal ponto.

Contudo, em nenhum momento a moto resiste a nossos comandos, nem mesmo quando decidimos pilotar como se estivéssemos no comando de uma verdadeira esportiva. Nas inúmeras sequências de curvas que enfrentamos, a moto se inclinava da direita para a esquerda seguidamente, sem qualquer sinal de instabilidade ou movimentos indesejados nas suspensões. Transmitindo muita confiança desde os primeiros quilômetros, a SX mostrou ser uma moto com excelente equilíbrio entre agilidade e estabilidade, inspirando quem estiver ao guidão a impor um ritmo esportivo de pilotagem.
Em resumo: ainda que não seja e nem queira ser uma “R” — para isso existe a ZX-10R — a SX foi mais além do que esperaríamos de uma roadster “Z” civilizada e é agora mais apropriada para um uso estradeiro, cotidiano ou para quem passa longos períodos sobre a moto. Prazer ao pilotar, essa é a maior qualidade desta moto. Na Europa, a SX chega este mês às concessionárias custando 1 000 euros a mais que a Z 1000 naked, ou seja, estimados 12 000 euros... ô inveja.

Ficha técnica:
Preço: € 12 000
Motor: tetracilíndrico, DOHC, 4 tempos, 16v, arrefecido a água, alimentado por injeção eletrônica, embreagem multidisco em óleo, câmbio de 6 marchas e transmissão secundária por corrente
Cilindrada: 1 043 cm³
Potência: 138 cv a 9 600 rpm
Torque: 11,2 kgfm a 9 600 rpm
Diâmetro x curso: 77 x 56 mm
Taxa compressão: 11,8:1
Quadro: Dupla viga de alumínio
Cáster / trail: Não disponível
Susp. dianteira / traseira: Telescópica invertida / monoamortecedor
Curso dianteiro / traseiro: 120 mm / 138 mm
Regulagens: Três vias na frente e atrás
Freio dianteiro / traseiro: 2 discos de 300 mm / 1 disco de 250 mm
Pinça dianteira / traseira: 4 pistões de fixação radial / 1 pistão
Pneu dianteiro: 120/70-17 x 3,5"
Pneu traseiro: 190/60-17 x 6,0"
Garantia / revendas: 1 ano / 21 concessionárias
Altura do banco: 822 mm
Tanque: 19 litros
Peso seco: 228 kg

Fonte:
www.motociclismoonline.com.br

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