"Viajar de motocicleta é uma experiência que, geralmente, fica guardada na nossa memória por muito tempo. As recordações parecem não nos deixar. Grudam na alma. É uma sensação única, não proporcionada por qualquer outro meio de transporte. A interação motociclista e motocicleta, ou homem e máquina, cria um estado mental diferenciado à medida que o pó da estrada vai entrando nos pulmões. Ninguém conseguirá explicar o porquê, mas algo muito estranho acontece na mente de quem enfrenta esse desafio delicioso de se arremeter pelas estradas sobre duas rodas. Nenhum motociclista duvidará de que essa experiência provoca alteração sutil em seu nível de percepção da realidade.
Acredito que os longos períodos de silêncio, somados a um intenso processo de atividade mental – decorrente do uso da atenção e da observação em níveis elevados - criam uma tensão inicial que, aos poucos, vai se transformando em relaxamento profundo. A mente relaxa, mas permanece alerta para qualquer manobra rápida. Basta um estímulo para a resposta vir ligeira e precisa. Um estado de inebriamento passa a nos envolver. Algo parecido com aquilo que os mestres taoístas chamam de “encontrar o silêncio na tempestade”.
Acrescente-se, também, que o vento, os odores, os sons, os detalhes da estrada e do ambiente ajudam a compor um território mental diferente, livre e convidativo às recordações e às emoções profundas. É comum alguma lembrança vir do nada, provocando risadas ou lágrimas dentro do capacete. Mais comum ainda é marejar os olhos diante das belezas do horizonte e dos cenários da natureza que nos cerca.
Os parceiros de viagem ficam ligados por gestos e não por palavras. É tão profunda a relação entre aqueles que compartilham do pó da estrada, que, geralmente, as amizades transformam-se em irmandades. O aumento da quantidade de motoclubes e de encontros de motociclistas pelo país reforçam a tese de que subir numa moto e pegar a estrada já se transformou em novo e emocionante estilo de vida da classe média brasileira."
Acredito que os longos períodos de silêncio, somados a um intenso processo de atividade mental – decorrente do uso da atenção e da observação em níveis elevados - criam uma tensão inicial que, aos poucos, vai se transformando em relaxamento profundo. A mente relaxa, mas permanece alerta para qualquer manobra rápida. Basta um estímulo para a resposta vir ligeira e precisa. Um estado de inebriamento passa a nos envolver. Algo parecido com aquilo que os mestres taoístas chamam de “encontrar o silêncio na tempestade”.
Acrescente-se, também, que o vento, os odores, os sons, os detalhes da estrada e do ambiente ajudam a compor um território mental diferente, livre e convidativo às recordações e às emoções profundas. É comum alguma lembrança vir do nada, provocando risadas ou lágrimas dentro do capacete. Mais comum ainda é marejar os olhos diante das belezas do horizonte e dos cenários da natureza que nos cerca.
Os parceiros de viagem ficam ligados por gestos e não por palavras. É tão profunda a relação entre aqueles que compartilham do pó da estrada, que, geralmente, as amizades transformam-se em irmandades. O aumento da quantidade de motoclubes e de encontros de motociclistas pelo país reforçam a tese de que subir numa moto e pegar a estrada já se transformou em novo e emocionante estilo de vida da classe média brasileira."
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